Faz já algum tempo que terminei o segundo livro da Judith Hermann, Nichts als Gespenster (Nada além de fantasmas), ainda não vi o filme, mas acho difícil filmar algo com os contos que não se limite a pequenos quadros nos quais os personagens passam a maior parte do tempo calados enquanto fumam cigarros e bebem café (como no livro anterior, não há um conto no qual os personagens não fumem pelo menos um cigarro ou bebam uma xícara de café ou chá).
Um triângulo amoroso na Alemanha, um casal na Islândia, uma filha com os pais em Veneza, um casal de amigos na República Tcheca, namorados em um bar no deserto texano, conhecidos comemorando o Natal em Praga e um casal de amigos músicos que vai até a Noruega para apresentar-se em um festival que é cancelado. Judith Hermann certamente é cosmopolita, conhece vários pontos do globo! Os personagens estão todos na casa dos trinta, têm empregos alternativos/criativos e tempo e família não fazem parte de suas preocupações cotidianas, pois eles viajam e decidem ficar ou não conforme lhes dê na telha. Eles também nunca estão seguros sobre o que sentem, os relacionamentos são ambíguos, inconclusos. O que é engraçado é perceber que apesar dos personagens estarem sempre em movimento, pelo menos em países diversos, eles passam a maior de suas estadas dentro de quartos ou apartamentos e nunca estão à vontade nos novos ambientes. Se a idéia do cosmopolita é a daquela pessoa que sente-se bem em qualquer lugar que esteja, os personagens da autora são a sua versão contrária.
Eu fiquei me perguntando se minha geração (a trintona) é assim: autocentrada, apática, indecisa, ambígua, e fiquei triste ao constatar que talvez EU seja assim, (segundo O., uma enxada nas mãos e alguns filhos pendurados na saia acabam com esse tipo de frescura), mas psicologia barata à parte, até cheguei a gostar de uma ou duas histórias, mas não é meu tipo de leitura. Nunca gostei de espelhos...
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terça-feira, março 25, 2008
Nichts als Gespenster - Judith Hermann
sexta-feira, janeiro 11, 2008
Sommerhaus, später - Judith Hermann
Sommerhaus é escrito de uma forma simples, fluida (quatro anos pagando o curso parece ter adiantado algo, mesmo assim, usei bastante o dicionário). O livro é constituído de nove contos. As histórias são variadas, mas o que não varia é a impressão de que os personagens estão dentro de um aquário olhando as coisas se moverem ao redor. As frases que se repetem sempre são "ele/ela acendeu um cigarro" e "observava as partículas de poeira no ar". Eu concordo com as pessoas que comentaram que as histórias são bonitas, mas que nada acontece nelas. Falta algo, os personagens sofrem de uma paralisia de sentimentos e de vontade. Não há tensão, alguém escreveu que a autora escreve contos "blasé", acho que é isso mesmo. Fiquei um pouco decepcionada, mas fiquei feliz por conseguir ler algo na língua.
Próxima parada, Nichts als Gespenster .
terça-feira, março 06, 2007
Os anos de aprendizado e as viagens de Wilhelm Meister - Goethe

Recomendo para todos aqueles que têm interesse no século XVIII. Ele não é leve, não é fácil, mas sempre há algo a aprender, além do mais, quem sou eu para dizer que Goethe é chato? Talvez nós é que tenhamos ficado superficiais.
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