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quinta-feira, julho 17, 2008

Dubrovski - Alexander Pushkin

Uma leitora boliviana de meu outro blog presenteou-me com vários mimos, entre eles, livros e textos. Aura foi um deles, Dubrovski foi outro. Novamente, outra primeira vez: primeira vez que leio Pushkin.
Dubrovski é um texto curto, inacabado e publicado postumamente. O título é o nome do protagonista de uma triste história. Vladimir Dubrovski é um jovem militar que de repente vê as terras de seu pai serem confiscadas de forma arbitrária por Kirila Petrovitch Troekurov, um grande proprietário que manda e desmanda na região.
Vítima de Troekurov, Dubrovski se transforma em uma espécie de bandido "justo", roubando quem sabe ser desonesto e poupando as pessoas honestas. Seu desejo é vingar-se de Troekurov, mas ele acaba apaixonando-se por Masha, a filha deste último, e seus planos vão por água abaixo.

Fiquei imaginando se a história não terminaria de melhor forma se Pushkin a tivesse terminado. (E como gostaria que ele a tivesse terminado!)

segunda-feira, junho 23, 2008

Mais Turguenev

Li mais duas histórias escritas por Ivan Turguenev, dois romances que mais parecem contos, pois Turguenev é bem econômico se comparado com alguns de seus conterrâneos como Dostoievski e Tolstoy, mas claro que isso não serve de critério para avaliar a qualidade de uma obra.
Li Diário de um homem supérfluo e Primeiro amor. O primeiro é um tipo de diário escrito por um homem em seu leito de morte. Ele conta sua paixão não correspondida por uma garota e as situações patéticas na qual se coloca devido ao seu ciúme. Na segunta obra, o autor narra um episódio real de sua juventude de forma romanceada. É a história de um garoto de dezesseis anos que se apaixona por uma garota cinco anos mais velha que, posteriormente, ele descobre ser a amante de seu pai.
Por alguma razão, as duas hitórias, respeitadas as devidas proporções, lembraram-me de dois romances curtos de Dostoievski que li no começo do ano. O Diário lembrou-me de Subsolo, a história de um homem que também não possui nenhum tato nas relações sociais e age por impulso, o que o coloca em situações no mínimo constrangedoras; Primeiro amor, por sua vez, lembrou-me de Noites Insones, uma história muito bonita também de um amor não correspondido, ambos os romances têm um sabor agridoce.

Do Diário de um homem supérfluo:

"Meu Deus! É possível que vinte anos tenham se passado? Alguém diria que está tão longe o tempo em que , montado sobre meu alazão de pêlos longos, eu percorria a velha cerca de nosso jardim onde, em pé sobre os estribos, colhia as flores bicolores dos álamos? No instante em que vive, o homem não possui o sentimento de sua própria vida, como o som, ela só se torna perceptível depois de um certo intervalo de tempo."


domingo, junho 08, 2008

Pais e filhos - Ivan Turneguev

A primeira vez que ouvi falar do livro Pais e filhos de Turguenev foi no primeiro ou segundo ano da faculdade da boca de um colega de turma que gostava dos existencialistas alemães. Lembro que ele me disse que aquele era o primeiro romance no qual a palavra "nihilismo" era mencionada. Os anos se passaram e só voltei a pensar em Turguenev depois de ler The Moveable Feast, do Hemingway. Fiquei curiosa. Lembrei daquele colega de faculdade e li a tradução francesa do romance que encontrei em casa.
Como os russos escrevem bem, não é mesmo? Eles sabem descrever as relações humanas com muita perspicácia. O livro é sobre a amizade de dois jovens amigos, Bazarov e Arcade. O primeiro diz ser um nihilista, alguém que não acredita em valores e não respeita qualquer autoridade, Arcade o admira e pretende ser seu discípulo, mas ele é muito diferente de Bazarov e não consegue reprimir sua natureza sensível. Uma ruptura com o seu "mentor" é inevitável.
O conflito se estabelece quando Arcade retorna à propriedade de sua família após terminar os estudos e reecontra seu pai. As novas "idéias" do filho decepcionam-no, além disso, influenciado por Bazarov, Arcade dá a entender que a geração paterna está ultrapassada. A relação de Arcade e Bazarov com seus pais é retratada de forma tocante. Os genitores amam seus rebentos apesar de não os compreenderem e os dois jovens, por sua vez, não deixam de sentir afeição por seus pais apesar de chamarem-nos de "românticos".

No final do século XIX, o livro provocou diversas controvérsias e Turguenev foi criticado devido às idéias de Bazarov, hoje, quem liga? Em nossa sociedade, quem se importa se alguém disser que não acredita em nada? Que todas as formas de ideal são vazias?

terça-feira, junho 05, 2007

Anna Karenina - Tolstoi

Terminei de ler Anna Karenina ontem. Uma obra magnífica! Nunca tinha lido nada de Tolstoi antes e fiquei de queixo caído com a maneira como ele consegue criar personagens e descrever seus estados de alma. A história não é apenas sobre o adultério de Anna, é um retrato da Rússia na época em que Tolstoi escreveu seu romance. Ao contrário de Dostoievsky, cujas obras geralmente tratam das classes trabalhadoras ou menos favorecidas da sociedade, Tolstoi escreve sobre sua própria classe, a aristocracia, sem deixar de criticá-la.
Anna é uma mulher apaixonada, ciumenta, que se casou por conveniência e que se apaixona perdidamente por Vonskri. Em nome de seu amor, ela deixa tudo para viver com seu amante. Por causa de seu caráter apaixonado e de seu medo de não ser mais amada por Vonskri, ela toma atitudes desesperadas que culminam em seu suicídio.
Apesar do título, o livro não trata apenas de de Anna e de seu relacionamento, mas também do amor entre Levine (alter ego do autor) e Kitty e de seu círculo familiar, bem como das contradições internas de cada um de seus personagens.
Ah, os clássicos são clássicos por alguma razão!