quinta-feira, junho 28, 2007

Gargantua e Pantagruel

Estou lendo um volume das obras completas de Rabelais que O. comprou por um bom preço em um sebo virtual fora do país. Sempre tive curiosidade em saber quem eram Gargantua e Pantagruel e agora já sei! São dois gigantes memoráveis e suas histórias são pontilhadas por grandes comilanças, bebedeiras homéricas e episódios escatológicos. Por exemplo, Gargantua, filho de Grandgousier e pai de Pantagruel, nasce logo após sua mãe ter um problema intestinal por ter comido muitas tripas, sem falar que Gargantua afoga uma tropa de inimigos após aliviar sua bexiga...

As histórias são divertidas e deveriam ser ainda mais interessantes na época em que foram escritas, pois contêm uma sátira impiedosa das instituições públicas e eclesiásticas da época (séc. XVI). Estou lendo em francês, mas como Rabelais inventa muitas palavras e brinca com umas tantas outras, acho que não tiro todo o proveito que poderia da leitura. Traduzir os cinco livros que constituem toda a história de Gargantua e Pantagruel não deve ser uma tarefa fácil, imagino que seja o equivalente a traduzir Grande Sertão: Veredas, do Guimarães Rosa para outra língua (o que já foi feito).

(Descobri que há uma tradução para o português aqui, mas não sei quem é seu tradutor. )

Achei divertidíssima a relação de livros que Rabelais diz existir na biblioteca de uma abadia, ele tira um tremendo sarro da produção literária e interesses intelectuais dos "doutos" de sua época, os meus títulos preferidos são:

"Como tirar profiterolles das indulgências"
"A quimera zumbindo no vazio é capaz de devorar as segundas intenções?"
"Contra aqueles que dizem que a mula do Papa só come nas suas horas"
"Os devaneios dos casos de consciência"
"O interesse do traseiro na cirurgia"
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etc.


12 comentários:

miki w. disse...

karen, arigatô! agora já sei porque falam em banquetes 'pantagruélicos', rs!

eu tb nao sabia q grande sertoes tinha sido traduzido, interessante. para qual língua, vc sabe? por falar em guimarães rosa, uma amiga com quem fui almoçar hj acabou de batizar um novo gatinho de 'miguilim'. vendo o teu post, veio-me a memória o fato!

bjs, miki

Karen disse...

Miki, é por isso mesmo! rs

Se não me engano, foi para o francês, e título virou "Diadorim".

"Miguilim" é um nome bonito para um gatinho! :)

miki w. disse...

nao é? eu tb amei!
putz, fico me perguntando se a traducao ficou boa... sempre aquele velho dilema das traducoes, como já falamos! bom, ao menos é uma maneira de se conhecer a obra, então, mesmo q seja 'outra coisa' (sempre vai ser!), eu acho super válido!
bjs, miki

Karen disse...

Miki, eu não sei como a tradução ficou... Talvez a Elvira saiba, pois ela leu. Uma tradução ainda é melhor do que nada. :) Beijos!

Salete disse...

Nossa!! Karen obrigada! Procurei na net algo para conhecer mais sobre Gargantua para um trabalho da facul e nada encontrei... Já havia desistido, mas agora eu precisava de uma foto de Gargantua, qdo encontrei seu Blog e melhor ainda... Agora sei um pouco sobre a Charge...
Lindo seu Blog!! Parabéns!!

Anônimo disse...

Meus caros e minhas caras,

há uma edição belíssima do "Gargântua e Pantagruel", traduzida por Eduardo Jardim e com as célebres e magníficas ilustrações de Gustave Doré, que por si sós já valem o livro.

Permitam-me um comercial? Acessem o link:

www.estantevirtual.com.br/acervos/caumoraisd

Gracias!

Anônimo disse...

... já ia me esquecendo de lembrar -- e vocês devem conhecer -- a obra mais importante já escrita sobre o "Gargantua e Pantagruel". Trata-se do imperdível "A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de F. Rabelais", do teórico russo Mikhail Bakhtin.

Tchau!

Luiz Koan disse...

Oi Karen!

é uma satisfação saber das pessoas que se interessam por obras assim.

Rabelais um Ocultista da idade média, iniciado em um mosteiro da Ordem Franciscana, escreveu o romance "Pantagruel" como estudo de um dos 4 centros operantes, biotipos, que se compõe o caráter humano, segundo o conceito ocultista. O primeiro centro é a cabeça ou coronário, centro que determina um indivíduo que possue um senso de justiça, sinceridade, ausência de fantazia e sentimentalismo, simbolizado no personagem Mjnour. O segundo centro é o cardíaco, do coração, indivíduo temperamental, religioso, místico simbolizado no personagem (Zanoni), ambos do romance de Buwer Lytton. O terceiro centro do plexo solar ou do estômago, é o devorador, egoísta e ganancioso; o homem glutão que quer tudo para si, dinheiro e posição. Este que é simbolizado por "Pantagruel" do autor aqui apresentado, que se for lido com uma atenção esotérica, vamos perceber ensinos valiosos a respeito do comportamento e caráter do ser humano. Só pra citar o quarto centro, é o centro sexual ou básico, cujo personagem literário é representado pela figura de D. Juan Tenório, que tem mais de um ou vários autores que escreveram a respeito, que é o caráter libidinoso e da luxúria.

perdão por ter me alongado no comentário, é que gostei do tema que vc abordou.

Grato

Renan Lubanco Assis disse...

Existe um autor muito renomado na linguista que analisa a cultura popular da idade média e do renascimento nas obras de françois rebelais, seu nome é Mikhail Bakhtin. é uma discussão interessante para quem admira as obras rebelasianas. eu confesso que conheci Bakhtin primeiro, dai meu interesse por rebelais.
abçs.

Couto disse...

Por favor se vc puder mande para mim a tradução deste clássico quinhetista.
O link que está aí está quebrado> Obrigado!

cavaleirocouto@gmail.com

Unknown disse...

Por favor se vc puder mande para mim a tradução deste clássico quinhetista.
O link que está aí está quebrado> Obrigado!

Itallo.alexandre@gmail.com

Unknown disse...

Por favor se vc puder mande para mim a tradução deste clássico quinhetista.
O link que está aí está quebrado> Obrigado!

Itallo.alexandre@gmail.com