A arte do Romance é um dos primeiros livros de ensaios e reflexões de Kundera, o seguinte é Testamentos Traídos, A Cortina é o último. Agora posso dizer que li todos. Gosto do Kundera como escritor, li vários de seus romances e me lembro de tê-los achado bons, mas se me perguntarem o enredo de qualquer um deles, não conseguiria contar nada! Que coisa feia, não é mesmo?
O Kundera ensaísta não se cansa de comentar os autores e obras de que gosta e fazem parte sua formação como escritor: Kafka, Rabelais, Cervantes, Flaubert, Tolstoi, Gombrowics, Hermann Broch... Ele sempre os usa como exemplos do que seria uma grande criação literária. Ele fala das traduções, que se revelam quase sempre filhos infiéis, pois os tradutores gostam de criar expressões e de mudar palavras de acordo com o que julgam soar melhor, fala de seu próprio processo criativo, de como seus romances podem ser comparados a composições musicais, aliás, Kundera estudou música durante muito tempo antes de se tornar escritor e seu pai também era músico. Crítica literária de peso, boa crítica de época e de gostos.
O Kundera ensaísta não se cansa de comentar os autores e obras de que gosta e fazem parte sua formação como escritor: Kafka, Rabelais, Cervantes, Flaubert, Tolstoi, Gombrowics, Hermann Broch... Ele sempre os usa como exemplos do que seria uma grande criação literária. Ele fala das traduções, que se revelam quase sempre filhos infiéis, pois os tradutores gostam de criar expressões e de mudar palavras de acordo com o que julgam soar melhor, fala de seu próprio processo criativo, de como seus romances podem ser comparados a composições musicais, aliás, Kundera estudou música durante muito tempo antes de se tornar escritor e seu pai também era músico. Crítica literária de peso, boa crítica de época e de gostos.
6 comentários:
Eu já li vários romances, é certamente um de meus autores favoritos, mas já tem tempos que não leio nada do Kundera. Apesar de ler os romances e de ter boas referências desse livro específico, depois de ler o que vc escreveu eu me senti menos temerosa de ser algo técnico (e chato). É curioso, ver a capa tb foi um elemento desmistificador! Risos...
Como vc tem seu blog de culinária, eu poderia dizer que seu post me abriu o apetite literário!
Maria Helena, é bem a impressão que ele passa quando fala sobre literatura, ele é bem cricri com questões técnicas. Um crítico implacável com opiniões bem definidas, mas acho que depois de ter provado seu valor e levado sua cota de pancadas, ele pode se dar a esse luxo... rs
karen, que interessante! não sabia que ele foi estudioso de música!
a tradução é realmente uma seara complexa, não é mesmo? fico pensando que deve ser difícil para um tradutor conseguir contentar a todos!
adoro saber sobre o processo criativo de outras pessoas, acho que eu gostaria de ler esse livro!
beijinhos, miki
Miki, é verdade, tradutores de obras literárias devem viver entre a "cruz e a caldeirinha", especialmente se os escritores fazem questão de verificar o que eles estão fazendo... rs
Ele é interessante, mas acho o último, "A cortina", melhor, é mais poético e menos "técnico".
Beijos!
:-)
Karen, sabes me dizer se nesse livro o Kundera fala algo a respeito do Albert Camus?
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