Como forma de melhorar o humor da esposa, Charles decide mudar-se para outra pequena cidade. Lá, Emma conhece Leon, um rapaz que trabalha como notário e pelo qual se apaixona. Seu amor é correspondido, mas Leon parte para completar seus estudos antes que algo definitivo ocorra. Pouco tempo depois, quando Emma começa a se aborrecer novamente, ela conhece Rodolfo, um proprietário local que a seduz. Eles ficam juntos por algum tempo, mas Emma sugere que ambos fujam juntos, algo que ele não tem intenção de fazer, e o caso termina. Emma tem uma crise nervosa, depois entra em uma fase religiosa, mas logo volta a ser a mesma mulher insatisfeita com sua vida, é nesse momento que reencontra Leon, já um pouco mais experiente em relação à vida e às mulheres. Ele se torna seu novo amante. O final do livro é trágico, vemos Emma perder-se cada vez mais em uma sucessão de mentiras e dívidas contraídas para satisfazer seus caprichos.
Que história boa! A capa do livro que li traz a foto de Isabelle Huppert, atriz que interpretou o papel de Emma no filme com o mesmo nome do romance de Flaubert (que não vi), mas ela é tão diferente da Emma descrita pelo autor! Emma é morena, com cabelos pretos e olhos de uma cor indefinida , que varia conforme a luz, e também mais jovem do que atriz.
Eis um trecho que descreve o estado de espírito de Emma logo após um de seus encontros com Leon:
“Não importa! Ela não estava feliz, nunca o fora. De onde vinha essa insuficiência da vida, essa corrupção instantânea das coisas nas quais se apoiava?… Mas se existisse um ser forte e belo em algum lugar, uma natureza nobre, plena de exaltação e de refinamentos, um coração de poeta sob uma forma de anjo, lira com cordas de cobre, soando em direção aos céus versos elegíacos, por que ela não o encontraria por acaso? Oh! Que impossibilidade! Nada mais valia uma busca, tudo mentia! Cada sorriso escondia um bocejo de tédio, cada alegria uma maldição, todo prazer um desgosto, e os melhores beijos deixavam nos lábios apenas um desejo irrealizável de uma volúpia maior.”
5 comentários:
karen, eis um clássico que eu tenho curiosidade em ler! acho q até já havia comentado com vc, não?
vamos ver se, um dia, eu me animo (rs), pois vc sabe da minha preguiça em relação aos clássicos (voluntariosa como a emma, não ;-)?
adorei seu post e a tradução (? - suponho que vc tenha lido o livro em inglês?) está ótima!
beijos e ótima semana,
miki
Miki, você comentou mesmo que gostaria de ler o livro! Eu recomendo, ele é muito bom!
Eu li em francês, Flaubert escreve maravilhosamente bem!
Beijos!
Karen
hihi, é mesmo, né, karen?
flaubert, madame, só podia ser francês, eu sou mesmo distraída! mas acho q teria q ler uma versão traduzida. meu francês tá muito capenga pra conseguir ler um romance desse porte! no máximo, dá pra ler "les vacances du petit nicolas" hihi.
bjs!
Parabéns pelo blog de vcs que foi mencionado no blog que indica blogs no tema cultura http://ednamoda.blogspot.com/
Li-o este ano e é uma obra-prima! O primo Basílio, de Eça de Queirós compara-se a esta história de Flaubert. Não pude deixar de encontrar imensas semelhanças.
Postar um comentário